18/12/2024

Destaques do B3 Day, encontro anual com investidores, incluem um novo posicionamento para clientes de varejo


 

São Paulo, 18 de dezembro de 2024 – Uma estratégia eficiente, focada em maximizar o valor das atividades principais e catalisar a diversificação dos negócios. Essa foi a chave para a evolução da B3 nos últimos cinco anos, disse hoje Gilson Finkelsztain, CEO da companhia, durante o B3 Day, evento anual da bolsa do Brasil para analistas e investidores. No encontro, foram apresentadas também perspectivas para 2025.

Segundo ele, a disciplina na execução e esforços constantes de alinhamento com tendências de mercado fortaleceram o negócio principal e ampliaram as fontes de resultados da B3. Com isso, a receita saiu de R$ 6,6 bilhões, no fim de 2019, para R$ 10,4 bilhões ao término do terceiro trimestre de 2024.

“Seguimos firmes no propósito de fortalecer nosso negócio principal, que é ser a plataforma brasileira que viabiliza o funcionamento do mercado brasileiro”, disse Finkelsztain.  “Além disso, temos a oportunidade de diversificar nossos negócios, com a clareza de privilegiar as atividades que estão no entorno do nosso core business, para gerar novas receitas.”

De acordo com Finkelsztain, uma agenda contínua de desenvolvimento de produtos alinhados à necessidade dos clientes foi um dos alicerces do crescimento da B3. Ao longo de cinco anos, foram mais de 450 projetos e melhorias.

A lista inclui o RLP (provedor de liquidez de varejo); derivativos de criptomoedas, como o contrato futuro de Bitcoin; fortalecimento do portfólio de produtos listados (lançamento de mais de 600 BDRs, 70 ETFs de diferentes perfis e 300 fundos imobiliários); Opções de Copom; Tesouro RendA+ e Educa+ (em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional); Futuros de Small Caps e de Ações; e novos índices derivados do Ibovespa B3, entre outras.

Com isso, as receitas de novas iniciativas no negócio principal da B3 atingiram R$ 2,1 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2024.

 

Resiliência e foco no cliente

A evolução da B3 comprova uma tese de investimento robusta. A estratégia de diversificação está refletida no aumento acelerado das receitas, em cenários de juros mais baixos, e comportamento resiliente em conjunturas adversas ao mercado de ações.

De olho no futuro, o cliente permanece no centro das iniciativas estratégicas da B3. O objetivo é atender às necessidades e especificidades de cada segmento, gerando valor em todas as frentes, por meio do lançamento contínuo de produtos, oferta de funcionalidade e estímulos para o aumento da base investidora.

 

Novo posicionamento no varejo

A partir de 2025, a B3 fará um reposicionamento estratégico no varejo, considerando os diferentes perfis de investidores pessoa física e buscando um alinhamento com os movimentos de mercado e tendências de comportamento.

O objetivo é trabalhar esse público com base em quatro classes distintas: Sofisticado (private e alta renda), Digital, Trader e Não residente. Para o primeiro grupo, o objetivo é entregar produtos e serviços que tragam melhor experiência e valor. Para o universo Digital, a ideia é ampliar o acesso ao Tesouro Direto como porta de entrada do pequeno investidor e, para os Traders, o foco será reproduzir dinâmicas de experiências gamificadas por meio do mercado regulado.

Por fim, no universo de pessoas físicas não residentes, para o qual a B3 identifica um potencial de 250 mil investidores, a meta é facilitar o acesso aos produtos disponíveis na bolsa do Brasil. Nesse sentido, seguirá contribuindo para a simplificação do ingresso desses clientes no país, de maneira segura e confiável, atuando em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para automatizar a emissão de documentos e a realização de cadastros, por exemplo.

 

Oportunidades no mercado de crédito

O aquecimento do mercado de crédito permite que as companhias captem recursos a taxas menores em relação ao crédito bancário e com prazos mais longos.

“A renda fixa é a maior oportunidade de diversificação que temos agora. É o grande mercado em crescimento no Brasil, que vive um momento excepcional”, destacou Luiz Masagão Ribeiro Filho, head comercial e de produtos da B3.

Segundo ele, o estímulo ao crédito gera novas oportunidades de crescimento para a B3, cujo objetivo é se posicionar como uma plataforma completa, oferecendo produtos e serviços ao longo da jornada do cliente. As frentes de atuação abrangem a originação (dados para a tomada de decisão) e concessão de créditos (infraestrutura, gestão de garantias e performance de recebíveis), além de meios de liquidação e pagamento (gestão e soluções de cobrança).

No mercado de duplicatas, a estratégia inclui um posicionamento com os principais stakeholders, oferecendo serviços únicos e integrados. “A B3 tem um posicionamento único para gerar valor para esse mercado por meio de dados”, disse Masagão.

Em relação ao segmento de crédito privado, o ciclo favorável de juros facilita o desenvolvimento de um ecossistema completo de produtos por parte da B3. Além disso, a digitalização e automatização do mercado gera oportunidades de curto e médio prazo para novos produtos de alto valor agregado, por exemplo.

Nesse universo, a B3 pretende ainda tornar os processos de emissão, distribuição e negociação secundária mais eficientes, desenvolver um book privado e rever a tarifação de acesso e negociação. Outras iniciativas no horizonte são o lançamento de derivativos de crédito, futuros de índices e novidades voltadas para a pessoa física.

 

Retorno consistente aos acionistas

A B3 tem como estratégia retornar aos investidores a maior parte de sua geração de caixa. Foram distribuídos cerca de R$ 30 bilhões aos acionistas desde 2019 até setembro deste ano, montante que inclui dividendos, juros sobre capital próprio e recompras de ações. Somente nos nove primeiros meses de 2024, a taxa de retorno alcança 8%.

De 2019 até setembro deste ano, as recompras de ações da B3 totalizaram 13% do capital social. No mesmo intervalo, foram cancelados papéis equivalentes a 12% do capital.

 

Projeções para 2025

Durante o evento com investidores, a B3 apresentou também projeções para o próximo ano. A estimativa é distribuir aos acionistas entre 90% e 110% do lucro líquido do período, incluindo dividendos, juros sobre capital próprio, recompras de ações ou outros instrumentos aplicáveis.

A previsão para os investimentos varia de R$ 240 milhões a R$ 330 milhões, priorizando alocações baseados nas demandas dos clientes e oportunidade de negócios.

A bolsa projeta ainda despesas ajustadas entre R$ 2,2 bilhões e R$ 2,4 bilhões em 2025, sendo que os gastos atrelados ao faturamento devem ficar entre R$ 340 milhões e R$ 440 milhões. A alavancagem financeira (dívida bruta/ebitda recorrente dos últimos 12 meses) esperada para o intervalo é de até 2,1 vezes.

Quanto aos valores relativos a depreciação e amortização de ativos, a previsão é de um montante entre R$ 340 milhões e R$ 400 milhões no ano que vem.