25/07/2023
Projetos apoiados por B3 Social enfrentam o abandono e a evasão escolar
São Paulo, 25 de julho de 2023 – Um dos principais desafios para a educação pública na atualidade é encontrar formas de manter os alunos dentro das escolas e interessados pelo ensino. O cenário, que já era preocupante por diversas questões sociais, se tornou ainda mais alarmante após a pandemia de Covid-19 que, por conta do período de isolamento, manteve os alunos longe das atividades presenciais.
Pesquisa feita pelo Ipec a pedido do UNICEF em 2022 mostrou que 2 milhões de alunos de 11 a 19 anos que ainda não haviam terminado a educação básica deixaram a escola no Brasil, o que representa 11% do total da amostra.
O estudo ainda mostrou que, entre esses alunos, 48% dizem que deixaram os estudos para trabalhar fora, outros 30% alegam dificuldade em acompanhar as explicações ou atividades, e mais 29% afirmam que desistiram porque a escola ainda não havia retornado com as aulas presenciais. Motivos como falta de transporte (18%), gravidez (14%), desafios por ter alguma deficiência (9%) e racismo (6%) também foram detectados na pesquisa.
A B3 Social, associação sem fins lucrativos responsável pelas frentes de investimento social privado e voluntariado da B3, apoia iniciativas que contribuem com a melhoria estrutural da educação pública brasileira e tem a questão do enfrentamento ao abandono e à evasão escolar como uma das temáticas na carteira de projetos.
“No ano passado, iniciamos o desenho da nossa Teoria da Mudança, um modelo lógico para a escolha e acompanhamento dos projetos baseado em evidências. Entendemos que o abandono e a evasão escolar são problemas que devem ser encarados como prioritários na educação brasileira. Também entendemos que é essencial levar em consideração que as desigualdades educacionais são acentuadas por fatores como nível socioeconômico, localização geográfica, raça e gênero”, comenta Fabiana Prianti, gerente de investimento social da B3 Social.
Uma das instituições apoiadas é o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que, por exemplo, conta com o projeto Busca Ativa Escolar, composto por uma metodologia social e uma plataforma tecnológica que permite de forma coordenada a identificação, registro, rematrícula e acompanhamento das crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de abandono escolar.
“O País está diante de uma crise urgente na Educação. Há cerca de 2 milhões de meninas e meninos fora da escola, somente na faixa etária de 11 a 19 anos. Se incluirmos as crianças de 4 a 10 anos, o número certamente é ainda maior. E a eles se somam outros milhões que estão na escola, sem aprender, em risco de evadir. É urgente investir na inclusão escolar e na recuperação da aprendizagem. Por isso, com o apoio da B3 Social, mais meninas e meninos poderão ter acesso à educação”, afirma Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do UNICEF no Brasil.
Outra iniciativa que recebe investimento da B3 Social é o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima, relacionado à prática do atletismo e que atende 350 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, da cidade de Campinas e região, oferecendo aulas de reforço escolar e preparo para vestibular, acompanhamento pedagógico e psicossocial, assistência médica, bolsa auxílio e orientação nutricional. Os alunos buscam o projeto não apenas para a prática do atletismo, mas também como possibilidade de melhoria do desempenho escolar.
“Esporte e educação agora caminham lado a lado no IVCL. Inclusive, para ingressar no projeto, é pré-requisito que esteja matriculado e frequentando a escola. Entendemos que é uma ação de longo prazo, mas já notamos importantes avanços, contribuindo efetivamente para combater a evasão escolar e para melhorar o aprendizado dos jovens atendidos. O Programa de Apoio Escolar foi implantado em 2021 e desde então estamos ampliando as disciplinas oferecidas, atendendo as solicitações dos próprios jovens”, comenta Ricardo D´Angelo, coordenador do IVCL